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Instituto Moreira Salles SP 

Andrade Morettin 

São Paulo, 2012-2017 

 

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46 meses em 18 segundos | IMS Paulista
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Situação: Construído (concurso)

Tipo de Intervenção: Obra nova

Acervo: Fotografia, literatura, iconografia, cinema, artes plásticas e música.

Caráter: Privado de acesso público

Apresentação

A sede paulista do Instituto Moreira Salles (2012-17) integra um território cultural de primeira grandeza no país, consolidado de forma relativamente espontânea ao longo dos quase três quilômetros da via mais simbólica de São Paulo, a Avenida Paulista. Reconhecida como centro financeiro do Brasil, a avenida que abriga o icônico Museu de Arte de São Paulo, o MASP (1957-68), de Lina Bo Bardi, atualmente é caracterizada pela diversidade. A partir da década de 1990, com a inauguração da Casa das Rosas, centro de cultura instalado em um palacete dos anos 1930, passou a consolidar-se como um eixo cultural que conta atualmente com o instituto Itaú Cultural (1991-95), de Ernest Mange (1922-2005); o centro Cultural da FIESP (1996), intervenção de Paulo Mendes da Rocha no térreo do edifício sede da instituição; a Japan House (2017), do arquiteto japonês Kengo Kuma; e mais recentemente o SESC Paulista (2018), dos arquitetos Konigsberger e Vannucchi.

Assim como a maioria das demais instituições citadas acima, o IMS é parte de uma série de importantes instituições culturais privadas, viabilizadas por leis de incentivo surgidas a partir do final dos anos 1980. Fundado em 1992 e com sedes nas cidades de Poços de Caldas, Rio de Janeiro e São Paulo, possui importantes patrimônios em fotografia, em mais larga escala, música, literatura e iconografia.

 

Desenhado por Vinícius Andrade e Marcelo Morettin em diálogo com os prédios mais icônicos da avenida, o edifício do instituto parte de um firme compromisso com a cidade, que adentra o térreo liberado como espaço público, novamente evocado em uma praça situada no quarto andar, de onde pode-se apreciar a vista da movimentada avenida.

A praça elevada funciona como distribuidor funcional, tendo abaixo de si espaços como cinema/auditório e biblioteca, e acima as salas expositivas de uso público irrestrito. O IMS ocupa um terreno exíguo, obrigando a verticalização do museu em sete pavimentos. Os andares vazios, o corte de alguns pavimentos atravessados pela escada rolante, e a inclinação de volumes no interior eliminam a previsível monotonia que seria provocada pela sucessão das lajes.

Em mais uma poética relação com o entorno, uma pele de vidro translúcido envolve o edifício, deixando entrever de fora as silhuetas de pessoas e volumes, e filtrando por dentro as imagens da movimentada da avenida.

O marcado caráter público e as características centrais do projeto da sede do IMS inscrevem-no em uma tradição arquitetônica viva, que ainda encontra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo seu centro de gravidade, ancorado em figuras como João Batista Vilanova Artigas (1915-85) e, principalmente, Paulo Mendes da Rocha.

Ivo Giroto, 2018

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