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Museu do Bicentenário 

B4FS Arquitectos 

Buenos Aires, Argentina.

 

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Centro Académico y Cultural San Pablo + Centro de las Artes de San Agustín
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Situação: Construído 

Tipo de Intervenção: Expansão/ Reforma

Acervo: Arte Moderna e Contemporânea

Caráter: Público

Referências

  • BECKER ARQUITECTOS. Becker Arquitectos. Página inicial do escritório. Disponível em:

  • <http://www.beckerarq.com/>. Acesso em: 19 jun. 2021.

  • BORTHAGARAY, Juan Manuel. El desarrollo urbano del antiguo Puerto Madero en la ciudad de Buenos Aires. Diseño y Sociedad , ed. No. 18, Primavera 2005, p. 60 - 67, 19 dez. 2007. Disponível em: https://disenoysociedadojs.xoc.uam.mx/index.php/disenoysociedad/article/view/246. Acesso em: 20 jun. 2021.

  • B4FS Arquitectos. Museu do Bicentenário. Archdaily, 29 set. 2013. Disponível em:

  • <https://www.archdaily.com.br/br/01-143325/museu-do-bicentenario-slash-b4fs-arquitectos>. Acesso em: 19 jun. de 2021.

  • ESTÚDIO BARES. Estúdio Bares. Página inicial do escritório. Disponível em:

  • <http://www.estudiobares.com>. Acesso em: 19 jun. 2021.

  • GAGLIARDI, Ignacio. Museu do Bicentenário: O novo Museu da Casa Rosada, Argentina.

  • Ilumine o projeto, 16 set. 2019. Disponível em:

  • <http://ilumineoprojeto.com/museu-do-bicentenario-o-novo-museu-da-casa-rosada-a rgentina/>. Acesso em: 19 jun. de 2021.

  • GOVERNO ARGENTINA. Casa Rosada Presidencia. Página inicial. Disponível em:

  • <https://www.casarosada.gob.ar/la-casa-rosada/museo>. Acesso em: 19 jun. de 2021.

  • GOVERNO ARGENTINA. Plaza de Mayo. Página descritiva. Disponível em:

  • <https://www.buenosaires.gob.ar/espaciopublicoehigieneurbana/paisaje-urbano-y-disfrute/ej e-civico/plaza-de-mayo>. Acesso em: 19 jun. de 2021.

  • HENDLER, Ariel. B4FS Arquitectos: Museu do Bicentenário, Buenos Aires. Revista Projeto, nov. 2012. Disponível em:

  • <http://ilumineoprojeto.com/museu-do-bicentenario-o-novo-museu-da-casa-rosada-a rgentina/>. Acesso em: 19 jun. de 2021.

  • Museo Aduana de Taylor. ARQA, 30 jul. 2010. Disponível em <http://ilumineoprojeto.com/museu-do-bicentenario-o-novo-museu-da-casa-rosada-a rgentina/>. Acesso em: 19 jun. de 2021.

  • ZÚÑIGA, Federico. El Proyecto del Museo del Bicentenario, Aduana de Taylor, Casa Rosada, Buenos Aires, Argentina. In: 2do. Congreso Iberoamericano y X Jornada de Técnicas de Restauración y Conservación del Patrimonio. 2011, La Plata. p. 1 - 12. Disponível em: http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/44386. Acesso em: 19 jun. 2021.

Apresentação

O Museu do Bicentenário se constitui como um projeto de restauro e intervenção a partir dos restos de importantes edifícios históricos: La Aduana Taylor, construído em 1855, e Fuerte de Buenos Aires, construído no século XVIII, e conversão em um museu contemporâneo, contando com etapas de recuperação e transformação. Chamado também de Museu Casa Rosada e Museu Aduana Taylor, seu partido arquitetônico é de bloco único, linear e pavilhonar.

Situado em uma das regiões históricas mais densas da Argentina, ao lado da Praça de Maio e do Parque Colón, o Museu do Bicentenário faz parte de uma proposta mais ampla de um corredor cultural no Porto Madero. Conectado ao Centro Cultural Bicentenário no antigo Palacio de Correos y Telégrafos, junto de um parque linear, o conjunto tinha como objetivos em sua concepção destacar a sede do governo nacional, reavivando uma importante área política, turística e patrimônio do país. A ideia é a recuperação material e simbólica do edifício em seu todo, “reavivando um dos pontos históricos e políticos mais significativos, e assim traduzir com sucesso o patrimônio da nação para o futuro.” (ARCHDAILY, 2013). Esse conjunto de obras faz parte do Plano Bicentenário do governo, revisitando edifícios históricos e ícones arquitetônicos em face das comemorações de 200 anos de independência da Argentina no ano de 2010.

O projeto está inserido nos alcances do Concurso Internacional de Anteproyectos para el Centro Cultural del Bicentenario (CCB) y de ideas para su entorno urbano inmediato, convocado pelo Ministerio de Planificación Federal, Inversión Pública y Servicios, la Secretaría de Cultura de la Nación y el Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires (ZÚÑIGA, 2011). Antes do início do projeto, foram realizados um conjunto de estudos prévios que permitiram a avaliação da infraestrutura do local e estado das construções, além da definição do programa e demandas do novo museu e compilação dos antecedentes históricos da área. Essa etapa de estudos permitiu compatibilizar o projeto ao local, principalmente no que se refere a estrutura e fundação, além da recuperação e adequação do espaço.

 

O partido do projeto e as estratégias adotadas implicam a mínima intervenção nas preexistências junto de um restauro que atua sobre a chave da clara distinção entre antigo e novo, baseado no uso de diferentes materiais. A estrutura do telhado, considerado um importante elemento para proteção do patrimônio existente e adequação da área ao novo programa que receberá um acervo, é composta de aço revestido de alumínio e vidro. Junto do piso de porcelanato, esses novos materiais contrastam com as estruturas de tijolos restaurados.

 

Outras estratégias adotadas foram a garantia de acessibilidade e segurança do Museu, resolvidos com um plano de proteção contra incêndios, equipe técnica especializada, acesso no nível da calçada, impermeabilização dos pisos, cobertura e paredes, e elevador adequado ao lado da escadaria, além da não interrupção das visuais do entorno urbano, por seu valor como patrimônio histórico e paisagístico. Em termos de desenho, isso é resolvido com a implantação no nível subterrâneo e uma dobra suave no teto para permitir o acesso do público. Essa estratégia é muito bem sucedida à medida que o projeto se integra ao seu contexto e se configura em uma forma que desperta curiosidade e se torna um marco, sem interferir na leitura do entorno.

Com uma área total de 6900m², seu programa conta com sala de exposição temporárias, sala de exposição permanente e áreas administrativas e técnicas. Se distribui nas áreas definidas pelas pré-existências: galerias subterrâneas, áreas pertencentes à

Casa Rosada, Pátio de Manobras pertencente à Aduana Taylor, além das novas áreas de apoio técnico administrativas.

O antigo Pátio de Manobras, agora grande pátio central estruturador do projeto, possui cerca de 1800m². Ele é acessado através de largas escadarias ou pelo elevador. Foi planejado como área de exposições temporárias e espaço para abrigar o mural Ejercicio Plástico, do artista mexicano David Alfaro Siquieros, restaurado para o patrimonio nacional. Além disso, constitui-se como espaço multiuso, para acolher outras atividades institucionais e museológicas. A cobertura em vidro e metal, como já dito anteriormente, cumpre a função de cobrir e proteger o sítio arqueológico e acervo, rememorando o pátio em sua função de sociabilidade e relação com exterior, de modo a se adequar ao novo uso. Pode-se dizer que é uma abordagem contemporânea da forma dessa tipologia tradicional.

As galerias subterrâneas, paralelas ao pátio, são destinadas à exposição permanente, abrigando o antigo acervo da Casa do Governo. O espaço é composto por um corredor duplo de 18 abóbadas de tijolo, com altura de 4,8m, totalizando uma área de cerca de 1.000m². As galerias se relacionam diretamente com o pátio, através dos grandes arcos

livres, que foram descobertos de sua camada de alvenaria para permitir a integração dos espaços.

As áreas de apoio e administrativas se encontram do outro lado do pátio e incluem espaços de guarda e tratamento do acervo, área científico-técnica museográfica, áreas de serviços e casas de máquinas, distribuídos em 2 pavimentos. O restante das áreas destinadas à direção e administração se ocupam dos setores liberados dentro da Casa de Governo (Casa Rosada), do lado oposto. Foram previstas melhorias nas conexões subterrâneas preexistentes entre esses dois edifícios, permitindo o aproveitamento das estruturas.

 

O acervo do museu conta com obras permanentes que anteriormente se encontravam expostas na Casa Rosada, porém sem espaço adequado de exibição. São mais de 1000 peças de caráter histórico e artístico, datadas desde o período hispânico até os presidentes argentinos, contando mais de 200 anos de independência. O museu também alberga o Mural Ejercicio Plástico, através de uma estrutura de caixa de vidro. Ele foi pintado no ano de 1933, pelo chamado Equipo Poligráfico, composto por David Alfaro Siqueiros e os argentinos Lino Eneas Spilimbergo, Enrique Lázaro, Juan Carlos Castagnino, Antonio Berni e o diretor de cinema León Klimovsky, sobre as paredes de um sótão abobadado em uma mansão suburbana. É considerado um Bem declarado de interesse histórico-artístico nacional, segundo o decreto 1.045 de 2003.

Para além da linguagem expositiva, o museu conta com recursos tecnológicos de imagem e vídeo, complementando as informações sobre os períodos históricos. Objetos como urnas e jornais também complementam o acervo. Além das abóbadas e galerias restauradas, o museu também possui uma sucessão de ruínas de volumes irregulares de tijolos, localizados ao canto do grande pátio central, do lado oposto das galerias. São originários da época do Forte. Também é possível ver o antigo chão, exposto utilizando a mesma estrutura da cobertura: metal com acabamento em preto e vidro. Aqui, a própria arquitetura é acervo arqueológico, retratando diferentes períodos históricos através dos vários restos de edifícios que um dia compuseram aquele espaço.

O museu foi inaugurado no dia 24 de maio de 2011, às vésperas das festas da revolução de maio. Antes da pandemia contava com um funcionamento de quarta a domingo e feriados, das 10 às 18 horas, com entrada gratuita.

Marina Martins

Daniela Zalamea

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