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Vagão do Saber ↗ 

Al Borde  

Intinerante, Equador. 2012  

 

Diálogos Exteriores 

Fotos da Obra

Desenhos

Vídeos

Centro Académico y Cultural San Pablo + Centro de las Artes de San Agustín
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Situação: Construído 

Tipo de Intervenção: Reforma

Caráter: Público

Apresentação

O projeto tem como mote a restauração de um antigo vagão de trem, o vagão de carga 1513, que fez parte do sistema ferroviário equatoriano por décadas e após seu tempo de serviço foi modificado para abri- gar um equipamento cultural itinerante. Essa ação faz parte de uma iniciativa do Ministério da Cultura e Patrimônio do Equador para a recuperação do sis- tema ferroviário, que após um período de inatividade de doze anos (2000-2012), voltaria a conectar diversas regiões costeiras. O programa proposto para o vagão não é pré-determinado, ele deve ser definido por “ges- tores culturais”, membros de organizações culturais do Equador escolhidos anualmente para a gestão do equipamento.

O espaço de 36m² deve ser capaz de acomodar diversos usos, como, por exemplo, apresentações musicais, teatrais e atividades voltadas para a capacitação das comunidades que estão ao longo da linha férrea. Experiência semelhante ocorreu na Rússia após a revolução 1917, movimento conhecido como Prole- tkult abreviatura da expressão “proletarskaya kultu- ra” (пролетарская культура), que significa “cultura proletária”¹. Um de seus idealizadores foi Anatoli Lu- natchárski, comissário do povo para a educação e cul- tura.

O movimento era subsidiado pelo Estado e durou até 1923, promovendo workshops por todo o país com o intuito de levar cultura para as classes ope- rárias em todo o país, inclusive nos fronts do exército vermelho.

A versatilidade de programas que o Vagão deve abri- gar é refletida no projeto, pois a estrutura básica do vagão precisa se adaptar, a fim de torná-lo o mais fle- xível possível, à estrutura original foram adicionados alguns elementos que trazem uma maior flexibilidade para a acomodação de diversos programas: uma co- bertura de lona flexível sobre estrutura metálica, dois depósitos e um mobiliário retrátil, que funciona como apoio às atividades desenvolvidas.

Além da adição de elementos à estrutura ori- ginal, há também a subtração de uma parte da estru- tura, como o teto, que é totalmente removido para dar lugar à nova estrutura de lona e as paredes laterais que são cortadas de modo a permitir aberturas maiores, desse modo estende-se o programa para o exterior. Para essas adaptações, o escritório não trabalhou so- zinho, devido ao pouco tempo para a realização do projeto, o grupo contou com a colaboração de designers industriais especializados nas partes específicas: mobiliário, cobertura e depósitos. O resultado dessa interação foi uma estrutura que tem um processo de montagem e desmontagem fácil, o que permite que  o vagão se transforme rapidamente em uma praça  ou um escritório, por exemplo. As aberturas laterais e a cobertura retrátil permitem uma maior interação entre o interior e o exterior, no qual podem ser po- sicionadas cadeiras ou até mesmo uma arquibancada retrátil acoplada à lateral do vagão. Assim, programas com maior público também podem ser acomodados sem problemas.

Por estar preso ao trilho, a relação do vagão com o entorno é limitada apenas ao longo da linha férrea, as áreas adjacentes aos trilhos são os espaços que podem ser agregados ao programa. Assim os lo- cais de parada do vagão são limitados às áreas mais densas da linha, nas quais há maior concentração de população.

Gabriel Saito

Thainá Rodrigues

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