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Biblioteca José Vasconcelos  

Taller de Arquitetura + Alberto Kalach  

Cidade do México, México.  2007 

 

Diálogos Exteriores 

Desenhos

Fotos da Obra

Vídeos

Centro Académico y Cultural San Pablo + Centro de las Artes de San Agustín
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Situação: Construído 

Tipo de Intervenção: Construção

Acervo: Arte Moderna e Contemporânea

Caráter: Público

Referências

  • Alberto Kalach: 30 years after. Disponível em: https://aap.cornell.edu/
    news-events/alberto-kalach-30-years-after. Acessado em: 15 de jun. 2021.

  • Alberto Kalach: Biografia. Disponível em: http://arquitecturamuymexicana.
    blogspot.com/2011/08/alberto-kalach-biografia.html. Acessado em: 15
    de jun. 2021.

  • Alberto Kalach: o arquiteto mexicano que cria a partir da recuperação da
    natureza. Disponível em: https://www.admagazine.com/arquitectura/

  • alberto-kalach-el-arquitecto-mexicano-que-crea-arquitectura-organica-
    20200305-6551-articulos.html. Acessado em: 15 de jun. 2021 
    TAX. Disponível em: https://www.kalach.com/taller. Acessado em: 15 de jun. 2021.

Trabalhos Acadêmicos:

Apresentação

Localizada no bairro de Buenavista, região noroeste da Cidade do México,
a Biblioteca José Vasconcelos abriga um acervo de mais de seiscentos mil
livros. Seu nome é uma homenagem ao filósofo, político e ex-presidente
da Biblioteca Nacional do México, José Vasconcelos.
A construção desse novo edifício se insere dentro do Programa de
modernização da rede nacional de bibliotecas públicas proposto em
2001, pelo então presidente do Conselho Nacional de Cultura e Artes, Sári
Bermudez, que sugeriu a realização de um concurso internacional para a
escolha do projeto que deveria atuar como um nó articulador de uma rede
de bibliotecas.
O concurso foi realizado em 2004 e premiou o escritório mexicano Taller
de Arquitectura X, equipe liderada por Alberto Kalach. O edifício foi
inaugurado ainda inacabado em 2006 pelo então presidente mexicano
Vicente Fox, mas teve de ser fechado pouco tempo depois por problemas
estruturais até ser reaberto definitivamente em 2008.
A biblioteca foi construída em um conjunto de terrenos transferidos ao
Ministério da Educação e que juntos somam mais de trinta e sete mil metros
quadrados. Descrita por Kalach como uma “arca”, a construção repousa
sobre uma topografia praticamente plana e se distingue na paisagem
urbana, na qual as construções são espaçadas entre si e ordenadas por
vias de tráfego largas e com trânsito intenso.
O edifício com seus 270 metros de comprimento totaliza uma área
construída de quarenta e quatro mil metros quadrados, distribuídos em
seis pavimentos e altura total de 28 metros.

A construção é delimitada pelas ruas Juan Aldama, a leste, pela Eje 1a
Norte, e a oeste pelo complexo intermodal Buenavista que integra o metrô,
o trem suburbano e o metrobus. Em planta, a biblioteca apresenta um
caráter linear e se implanta no sentido norte- sul, acompanhando a maior
dimensão do terreno e o dividindo ao meio. Bipartido, o lote tem suas
bordas ocupadas por um parque botânico com mais de 168 espécies entre
árvores, arbustos e herbáceas. Essa implantação confere uma condição
particular ao conjunto. Se por um lado a Biblioteca está rodeada pelo
jardim, por outro, ela o secciona assumindo a condição de um interposto
entre os dois lados.
O alinhamento do edifício em relação aos pontos cardeais gerou um
desalinhamento relação à rua Juan Aldama, a construção deixa de estar
paralela a ela e se coloca concorrente ao seu eixo, o que faz com distância
entre a calçada e a elevação do edifício que está voltada para ela se
afastem conforme o pedestre caminhe em direção ao interior do bairro,
tornando a visão do edifício mais distante e isolando-o do meio urbano.
Essa condição de separação da biblioteca em relação ao seu entorno é
reforçada ainda mais por ela estar em um platô acima da cota da rua, cujo
desnível é mediado por um muro de arrimo que percorre todo perímetro
externo do lote.
A estrutura da biblioteca é composta por vinte e quatro pórticos trapezoidais
de aço e concreto dispostos alinhadamente e com espaçamentos constantes
entre si, conferindo uma modulação estrutural contínua e um ritmo regular
às suas elevações que só é interrompido a cada intervalo de oito pórticos
para que o edifício receba prumadas de circulação vertical de ambos os
lados, o que faz com que ao longo de sua extensão a construção tenha
dois conjuntos de circulação que interrompem a continuidade exterior da
volumetria, conferindo ao edifício o aspecto de ser constituído por três
blocos trapezoidais alternados por dois blocos verticais de circulação.

SN

A biblioteca possui três acessos. O primeiro e maior deles se encontra na
extremidade do edifício que está voltada para a rua 1a Norte e é marcado
por uma estrutura em balanço, destinada a veículos, essa entrada conduz
ao subsolo onde está o estacionamento. O segundo acesso, menor e
destinado a pedestres, se encontra na lateral do edifício e é acessado
através de uma praça que conecta a estação de metrô Buenavista ao
edifício. Por fim, a terceira entrada esta voltada para a rua Juan Aldama e
se destina a carga e descarga.
O interior se constituiu em uma nave central que é iluminada lateralmente
e zenitalmente. A iluminação lateral ocorre através de uma abertura
horizontal em vidro que percorre toda a base do edifício e confere à ele
maior transparência e corresponde aos níveis de acesso e do primeiro
mezanino.
Os níveis imediatamente acima também possuem suas laterais recobertas
por um vidro leitoso, mas a luz é parcialmente filtrada através dos brises
presentes nas fachadas. O espaço também é iluminado pelas extremidades,
mas essas, diferentemente das anteriores, assumem um aspecto vertical,
devido à dimensão do pé direito do edifício. A iluminação zenital ocorre
através de sheds na cobertura. Desse modo o edifício apresenta iluminação
abundante e homogênea, sem grandes contrastes de luz e sombra.
O saguão central é marcado pela presença de prateleiras metálicas
suspensas pelo teto e pintadas em um tom de verde opaco e que preenchem
todo o pé direito da construção. Essas prateleiras avançam das laterais do
edifício em direção ao seu interior e de baixo para cima de modo que os
dois lados não te toquem, preservando o vazio central e conferindo à sua
seção um aspecto trapezoidal. Nesse átrio interno que se configura está
suspenso o móbile Matriz de Gabriel Orozco, uma intervenção artística
que foi realizada sobre a estrutura óssea de uma baleia e que flutua sobre
o espaço.

Nesse mesmo ambiente pode-se acessar quatro escadas centrais, dispostas
de duas em duas e voltadas uma para a outra e que dão acesso ao mezanino.
Ele se configura como um anel perimetral que percorre o espaço entre
o plano inclinado que delimita a biblioteca e a estrutura suspensa das
prateleiras, mas um nível abaixo dela. Essa estrutura perimetral se repete
mais duas vezes ao longo da altura do edifício e se conectam entre si através
de escadas metálicas que por um lado dão acesso a essas estruturas e pelo
outro as estantes com livros.
O programa pode ser setorizado em quatro grupos. Os salões de leitura,
espaços para atividades didáticas, consulta ao acervo e computadores
se encontram no mezanino e nos anéis perimetrais, a guarda do acervo
ocorre na estrutura metálica suspensa pela cobertura e que conforma o
átrio interno, as atividades relacionadas à administração do conjunto estão
alocadas no pavimento de acesso e em um bloco anexo, por fim o auditório
para palestras e eventos se encontra em um volume externo ao corpo
central do edifício, porém conectado a ele através de sua extremidade.

Alexandre Oliveira

Gabriel Molina

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